sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A Governança Corporativa pós-derivativos

Nos últimos dias algumas empresas foram envolvidas em episódios de grandes prejuízos causados pelos tropeços com derivativos.
A pergunta que ficou é de quem é a culpa? E de como explicar o fato de pessoas tão experientes cometerem esse tipo de erro? Uma das respostas é que houve falhas graves no processo de governança corporativa, onde embora estivessem descritas nos relatórios da companhia, as informações sobre essas transações não eram detalhadas, como pedem as boas práticas de governança corporativa.
Como afirma Mauro Rodrigues, , presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): “O trabalho de conselheiros e administradores é questionar sempre e não se deixar levar por complacência”.
As recentes exigências estabelecidas pela CVM devem impulsionar melhorias no processo de divulgação e transparência.
Por fim: a queda no valor das ações que se seguiu logo após aos anúncios dos prejuízos com derivativos deixa uma mensagem que algo precisa ser feito nas empresas em relação a governança e com a transparência principalmente.

Novo Plano Diretor do Mercado de Capitais tem foco em governança

O novo Plano Diretor do Mercado de Capitais, apresentado por um comitê executivo, que é constituído por 19 entidades tem como foco:
- aprimoramento da governança corporativa,
- redução do custo de capital e da carga tributária,
- mais seis pilares considerados fundamentais para a expansão do mercado de capitais brasileiro. O Novo Plano serve como diretriz para as empresas de capital aberto, e é uma versão aprimorada do texto publicado em 2002 e foi produzido a partir da análise dos resultados obtidos nos últimos seis anos e de aspectos da crise financeira que assolou economias desenvolvidas no segundo semestre deste ano, entre os quais a falta de transparência.

Universidades tem foco para gestão corporativa

A crise que passa pelo mundo já começa a ter seus reflexos nos bancos acadêmicos.
As principais escolas de formação do País acompanham atentamente a movimentação de seus alunos e entram na pauta disciplinas ligadas a assuntos como governança corporativa, controladoria e regulação.
Cursos como MBAs devem ser os primeiros a refletir os impactos da crise.
Como são voltados para a formação de mão-de-obra para o mercado corporativo, eles estão mais suscetíveis à demanda dos empregadores, assim se adaptam mais rapidamente a estas mudanças.

Frases da semana

- "Investidores precisam de boa governança, regras financeiras claras, transparência e abertura", disse Mike Moore, ex-primeiro ministro da Nova Zelândia no primeiro dia da Waipa Investment Conference, promovido pela WAIPA (Associação Mundial das Agências de Promoção de Investimentos), que decorreu essa semana, no Rio de Janeiro.
- "A Petrobras é uma empresa que é exemplo de governança segundo diversas avaliações internacionais", disse a ministra Dilma Youssef , chefe da Casa Civil, durante audiência conjunta de seis comissões temáticas da Câmara.
- "O agravamento da crise financeira ressaltou que transparência e
agilidade na prestação de informações ao mercado são dois pontos fundamentais
na boa governança das empresas de capital aberto",
Antonio Castro, presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).

Executivos tem rotina alterada com conselhos de administração. Veja alguns números:

A interação quase que diária com o conselho de administração faz parte do dia-a-dia de um grupo crescente de executivos no Brasil.
A média de cada empresa é ter 2,6 comitês. Os mais comuns são os de auditoria e de recursos humanos, que acompanham temas estratégicos, como gestão de risco e sucessão e o papel de municiá-los com informação resulta numa jornada dupla para diretores e presidentes.
Números: 23% das 404 companhias listadas em bolsa possuem pelo menos um comitê ligado ao conselho de administração, de acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Pesquisa:
- realizada com 101 empresas brasileiras pela professora da Fundação Dom Cabral Betania Tanure aponta que executivos gastam em média 31 horas por mês com atividades relacionadas aos conselhos.
O que temos que ressaltar aqui: apenas 38% deles acreditam que a governança de suas empresas funciona.

Lucy Sousa é a primeira mulher a assumir a presidência da Apimec Nacional

Lucy Sousa, professora do MBA Mercado de Capitais da FIPECAFI em parceria com a Apimec venceu as eleições para a presidência da Apimec Nacional para o biênio 2009/2010 ao liderar a chapa “Governança”, ao lado de Adonis Assumpção Pereira Junior, como vice-presidente.
É a primeira vez, desde a fundação da Apimec Nacional em 1988, que uma mulher assume a presidência da Associação.
Lucy Sousa, que é a atual presidente da Apimec SP, já trabalha no mercado de capitais há mais de 25 anos.
Propostas da nova presidente:
- modernização do IBCPI (Instituto Brasileiro de Certificação dos Profissionais de Investimento), - atração de mais associados para a Apimec,
- uma maior presença nos meios de comunicação com posicionamentos que interessam diretamente aos seus integrantes.

9º Congresso Brasileiro de Governança Corporativa nos dias 8 e 9 dezembro

A 9ª edição do Congresso Brasileiro de Governança Corporativa tem o tema: “Propriedade em Evolução: Novas Formas de Controle Societário”.
O objetivo do Congresso é trazer ao centro da discussão questionamentos quanto às particularidades e à eficiência da governança nas diversas estruturas de propriedade.
A idéia é promover o debate e a reflexão acerca das constantes mudanças verificadas dentro das estruturas empresariais existentes e como essas novas formas impactam o universo da governança corporativa.
Serviço: Data: 8 e 9 de dezembro de 2008 / Local: Hotel Transamérica São Paulo